quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

Coração Baldio.

Defronto-me com o vazio,
Nada inspira
Um coração ora baldio
Sem rumo certo
Desnorteado
De certa forma
Apaziguado.
Em calmaria
Desfuto o agora,
Prenunciando
Uma euforia
Que já ocupou lugar
Onde ouço uma canção
Que acalenta o coração

terça-feira, 29 de janeiro de 2008

Sem Reservas.




Fiz-me, à força da lua,
Fêmea sem reservas
Inteiramente tua.

domingo, 27 de janeiro de 2008

Quarenta e Seis?


A vida é um um ir e vir de emoções e acontecimentos. Se um dia desço corredeiras com frio na barriga e coração a mil, em outros subo dunas de areias escaldantes. Ambas as experiências são fascinantes ao final. Se a correnteza me carrega e sobrevivo, valeu a adrenalina. Se suporto a subida com a terra a queimar meus pés, fascino-me com a conquista do topo e a sua visão estonteante. Se sou ferida por almas portadoras de sentimentos menos nobres, sou salva pelos abraços dos que me amam. Se levo uma rasteira, sempre tem um anjo pronto para me levantar.
Reflexões de quem faz 46 anos e nem sabe o que isso significa. Não sei como me comportar, pois não mudou nada em meu íntimo de ontem para hoje. Comtinuo a mesma mulher por vezes madura e sensata a aconselhar amigos, em outras completamente levada por emoções adolescentes. Ter quarenta e seis anos é já ter vivido muitas experiências, mas desejar viver muitas mais. É já ter lido muito, mas ainda ter muito a aprender. É ter uma filha mulher e uma mãe ainda em forma (graças a Deus!). É ter amado e não se contentar apenas com as lembranças. É também ter amigos de infância com a idade regulando com a nossa, mas ir fazendo amigos novos, alguns com mais idade e outros com menos do que nós.
É conhecer novas formas de viver e de gostar. É quebrar tabus e romper preconceitos. É principalmente viver sem dar muita bola para as convenções impostas, mas saber usar o que aprendeu nas idas e vindas pelos corredores da vida. É saber que não se pisa no pé de quem lhe foi gentil, mas se acontecer, saber pedir perdão e não voltar nunca mais a machucar nem pé, nem coração.
É ainda aprender a viver largando medos e mudando de idéias sempre que outra pareça mais interessante. É perdoar, sim, mas não deixar que abusem do perdão. É subir ladeira e descer corredeira, tentando melhorar a cada dia.

quinta-feira, 24 de janeiro de 2008

Correnteza.

Não satisfeita em olhar
Mergulhei de cabeça no rio
Deixando a emoção me levar.

quarta-feira, 23 de janeiro de 2008

De volta à vida.


Naquele dia Clarice acordou e não viu nenhum motivo para sair da cama. Nada a empolgava. Não havia nenhum compromisso que valesse à pena. Nenhum programa bom a fazer. Nem mesmo um livro bom a tiraria daquele torpor. Parecia a Clarice que nenhum dos seus sonhos havia sobrevivido à realidade chata que a rodeava. Será que nunca mais teria uma daquelas conversas instigantes que a faziam vibrar? Será que não haveria um lugar no mundo que a fizesse programar uma viagem para conhecer? Clarice pensou nas pessoas que conhecia e de quem gostava. Não queria deixar de vê-las, mas não agora. Deixaria para depois. Pensou se ainda conheceria alguém interessante, que trouxesse alegria a sua vida e duvidou. Relembrou de músicas que tocaram seu coração e até cantarolou, porém não passou disso. Apenas avivou sua memória afetiva, com os momentos intensos, ternos e românticos. Clarice chegou a sorrir ao lembrar dos abraços, beijos e carícias trocados, no entanto também sentiu vontade de chorar. E foi aí que ela percebeu que estava trancando seus sentimentos para não se decepcionar. Eliminando expectativas ela não se frustraria, mas também não viveria com ardor. E Clarice chorou todas as decepções e mágoas. Um pranto sentido e soluçado. Um pranto que a deixou com os olhos inchados, mas alforriou toda tristeza do seu peito. Lúcida, se deu conta que havia muito tempo que vivia assim: sobrevivendo, pisando no freio da imaginação e recalcando os desejos. Havia motivo para levantar da cama. Estava viva e com um apetite louco. Mataria o primeiro desejo no café da manhã. Depois decidiria o que fazer. Tinha sonhos antigos e alguns fresquinhos para usufruir.

terça-feira, 22 de janeiro de 2008

A Lua e Eu.



O mundo em um dia
A lua já ensaia
Minha loucura sadia.

domingo, 20 de janeiro de 2008

Mais Verão.



A luz clareia os desejos
Como o calor acende os corpos
Incendiando os instintos.

Pele, carne e coração
Manga, caju, siriguela
Flui assim a estação.

quinta-feira, 17 de janeiro de 2008

Sem Título.

Não precisava ter ido.
Não precisava ter repetido.
Não precisava gostar.
Não precisava ser dito.
Não precisava ter lido.
Não precisava esperar.
Não precisava de tanto, se merecia tão mais.

terça-feira, 15 de janeiro de 2008

Sensibilidade


Acusaram-me de ser sensível em excesso. Confesso-me culpada. Exagero em algumas ocasiões. Por vezes a culpa não é minha, os hormônios deixam meio louca uma mulher, então, surto uns dias a cada mês. Voltei a exagerar: não chego a surtar. apenas fico ofendida com mais freqüência. Irrito-me com mais facilidade. Esqueço onde guardei chaves ou outros objetos. Coisas assim. Fora desse período continuo sensível. Choro com extrema facilidade. Sou a própria manteiga derretida. Acostumei-me a ver associada a mim a sensibilidade e se esta tem um lado meio dramático e sofrido, tem também sua face positiva. Leio bem nas entrelinhas. Gosto de carinho. Perdôo com facilidade. Vejo o mundo ao meu redor com mais tolerância e recebo o bem que me fazem com alegria, fazendo questão de dizer ao benfeitor. Meus sentidos são mais alertas. Os cinco: tato, paladar, olfato, audição e visão. Juntos eles me trazem o mundo. Juntos eu os recebo com o sexto sentido, aquele que mora em minha alma e que me faz viver com intensidade as boas coisas da vida. Todas elas!

segunda-feira, 14 de janeiro de 2008

Teu Toque

em minha pele alva,

(deixando marcas)

tanto fere como salva.

sábado, 12 de janeiro de 2008

ANJO LUZ




Um foco de luz adentra minha alma.
Uma sonda buscando as cicatrizes internas.
Um olho atento procurando incompreendidos nãos.
Um anjo conduz os intrumentos.
Entrego-me.
Abro-me ao seu olhar.
Ajo ao seu doce comando.
Ele toma a minha alma nas mãos
E com seu hálito angelical,
Cura-me as desilusões.

quinta-feira, 10 de janeiro de 2008

CENA PERDIDA.




Cama bem feita
Closes amáveis
Marcações corretas
Vitais, eram, as expressões
corporais.
O clima, era de puro tesão...

Um corte interrompe
A Cena perfeita.
Precioso momento do filme
Procurei com atenção,
Mas não vi
Aquela cena no copião.

quarta-feira, 9 de janeiro de 2008

Quando a Menina Sonha.


A menina não pode ver uma cama, um sofá ou mesmo uma poltrona que deita para sonhar. Basta encostar-se a uma almofada gostosa que ela começa a construir castelos, a ver príncipes, a fazer viagens a lugares paradisiácos ou à lua, Todos são sonhos bons. Nem todos são egoístas.Dedica-se, também, a imaginar um mundo igualitário e sem fome. Uniões entre povos, etc. Mas de longe ganham os sonhos românticos. Esses são os favoritos. Mas há quem a avise para não sonhar. O que é bom, pois do contrário ela viveria nas nuvens. De outro lado, ela tem os pés bem fixos no chão, quando acordada. Sabe até onde pode ir. Chega a se proteger em excesso. Passa algum tempo em clausura e austeridade.Seca de devaneios. Cheia de tédio.Sonhar não custa nada. Sonha, menina, porém não esqueça que viver pode ser bem melhor que sonhar.

domingo, 6 de janeiro de 2008

Perfis de Mulheres.


Há mulheres para amar e outras para transar?
Há mulheres para bater e outras para apanhar?
Há mulheres santas e há mulheres vadias?

Há mulheres do lar e há mulheres da rua?
Há mulheres que malham e há mulheres que pensam?
Há mulheres letradas e há mulheres analfabetas.
Há mulheres jovens e há mulheres maduras.
Todas mulheres.
Muitas somam um pouco de tudo isso.
A maioria quer amar e transar.
Algumas moram na rua.
Grande parte no mundo da lua.
Infelizmente, muitas ainda apanham, mas já há como lutar..


Lilith e Evas.
Todas irmãs.


quarta-feira, 2 de janeiro de 2008

NUANCES DE UM AMOR


São meus os desejos.
São minhas as vontades.
Como são minhas as ansiedades
os ardores, as incertezas.
É meu esse amor
que inunda meu corpo de prazer
que me assusta ante o medo de perder
que adoça meu peito
e acende meu ventre
ao mesmo tempo
em que trinco os dentes
ante à sombra de não mais o têr.