domingo, 28 de outubro de 2007

Liberdade e Solidão



Céu e mar

àgua cálida

e a lua a clarear,

a liberdade vestida de solidão.

terça-feira, 23 de outubro de 2007

DECIDI.

Hoje decidi que vou. Vou seguir todos os caminhos que me levem ao que busco. Não temerei veredas. Não me acomodarei. Preciso e quero ir ao encontro dos meus sonhos. Que os meus desejos me guiem e que Deus me proteja. Meu Anjo da Guarda é bom no que faz e por isso estou segura. E vou. O que me preocupa é o coração. O órgão está sofrido, mas tem uma boa recuperação. Já comprovei. Mas não vou abusar. Porei uma placa “Cuidado é Frágil", como canta Belchior numa letra que gosto muito. Quero alegria, amor, prazer e suavidade. Rezo para me aliviar a ansiedade.E tenho melhorado.A decisão se deu após um porre de Esperança que tomei. As gotinhas homeopáticas não resolveram e apelei. Bebi e estou bem.Ainda choro de vez em quando, mas também dou boas risadas.E tem mais, com toda delicadeza vou dizer onde dói, quando, por exemplo, me pisarem os pés. E gritar se não me ouvirem.Quero rede na varanda. Mergulhos em águas cálidas. Carinho. Cafuné e beijos. Ah, também quero abraçar muito, pois sou louca por abraços. Abraços de quem gosto, claro.Vou continuar cantando todas as manhãs. Vou procurar quem amo e dizer que amo. Dê no que dê. Se não for correspondida, recolho o constrangimento. Faço uma retirada e procuro outros olhos para mirar, outra boca para beijar. Ah, vou apostar na felicidade, sim.Que Deus me guie, pois decidi que vou.
Evelyne Furtado.

domingo, 21 de outubro de 2007

O Homem no Sofá

Clara, entra em casa após o dia de trabalho e encontra um estranho sentado no seu sofá. Ela olha desconfiada. Ele parece bem à vontade lendo o jornal da tarde, com os pés em cima da mesa do centro. Clara não sabe bem o que fazer, pois o homem não parece ser um assaltante. Chega a pensar que entrou no apartamento errado. Não. Ela está na sua casa e para completar aquele homem a cumprimenta,com intimidade. O que a deixa incomodada. Ele a chama pelo nome. Pergunta sobre seu dia. Ela percebe que são conhecidos, mas não consegue lembrar de onde. A angústia toma conta dela que sai de casa correndo. Clara pega o carro e vai ao seu lugar preferido na praia. Estaciona e de repente as lágrimas começam descer sobre a sua face. Um pranto incontrolável sacode seu corpo, enquanto a memória vai voltando aos poucos. A dor é tão forte que ela mal consegue respirar, mas ela vai entendendo aos poucos o que estava acontecendo. Naquele dia ela havia descoberto que o homem que ela amara e admirara por tantos anos não existia. Ela amara um homem honesto, carinhoso e de sentimentos nobres, porém descobrira que o homem era um impostor. A verdade surgiu e Clara descobriu que vinha dormindo, amando e trocando carinhos com alguém que mentia e manipulava as pessoas, inclusive ela. A descoberta fez disparar um mecanismo de defesa e Clara não reconheceu seu marido quando entrou em casa há poucos minutos. Agora entendera tudo. Não voltaria para casa naquela noite; talvez nunca mais voltasse. Mas parte de si morrera naquele dia. E ela enterraria a parte que tinha amado o homem do sofá.
Evelyne Furtado

terça-feira, 16 de outubro de 2007

Quando Amo.



Quando amo, descubro o sentido da vida. O amor guia-me ao melhor de mim. Quando amo, sou flor e fruto. Sou também semente, pois, quando amo, renasço do solo, renovo-me. Quando amo, sou doce e de mim sai o melhor mel.Também sou fel, quando amo. Sei ferir, sem querer, apenas para me livrar do fardo da dor. Quando amo sou generosa e abasteço de amor o mundo ao meu redor; em especial o amado. Quando amo, sou mesquinha e envergonho-me de ser. É o ciúme, vírus poderoso, que me faz assim. Porém, quando amo perdôo e sou boa em perdoar. Quando amo sou cama bem feita, para você desfazer. E como sou feliz, quando amo assim. Ah, quando amo a vida é melhor sim. Quando amo, vejo o mundo mais bonito, inclusive você que já é, fica mais lindo para mim. Quando amo sou festa, para mim, para você. Quando amo, sou guerreira e luto por meu amor, só desistindo quando não há mais amor por lutar. Ah, quando amo tenho medo de perder meu amor e ameaçada sinto-me sem chão, sem razão. Quando amo, sou fiel. A mais fiel das mulheres, pois sou fiel a mim mesma que ama você , que já faz parte de mim.Quando amo, eu faço preces e peço a Deus por nós dois.Quando amo Deus, nos ouve e nos abençoa, sim



Evelyne Furtado

sábado, 13 de outubro de 2007

DESEJOS INDECENTES.



Há uma sentinela indolente

Na porta da minha clausura

Que não vê quando entra

Esse desejo indecente.

sábado, 6 de outubro de 2007

QUANDO A MENINA CHORA.



Fala a menina dentro de mim:
_ Não vá ainda, não quero ficar só.
Jeito não tem: ele precisa ir, sim.

Chora a menina dentro de mim.
Antes de dormir, na cama feita
Cheirando a lavanda ou jasmim.

Evelyne Furtado>