segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Seguindo o Mar.


_ Seja como a montanha, diz o I Ching.
Mas como, se não sou forte, imóvel e sólida como ela?
Antes seguir o mar, sempre em movimento. Sou mulher regida pelas marés: molho os pés nas espumas, bebo maresia e me encanto no mergulho, não sem antes me benzer três vezes em reverência.
Sagrado mar, que me fascina no marulho, que me acalma em simplesmente sabê-lo ali, mas que tem o poder de me tragar mesmo na contemplação, quando é mistério insondável.
Rendo-me ao mar, na alegria dos banhos,no afago morno de sempre,no consolo da agonia e na beleza infinita em todas as suas nuamces.
Não serei nunca impenetrável como a montanha, pois nasci ao pé do mar e tenho em minha pele seu sal. Conviverei, portanto, com essa deleitosa condenação.

Imagem: Mar de Natal, foto de Stênio Arrais.

segunda-feira, 12 de outubro de 2009


A cidade é a mesma em baixo dos meus pés? Há uma ponte nova e vistosa mudando a paisagem. Só há alguns dias ao subir a Ladeira do Sol percebi que a recente e enorme construção parece ofuscar o Forte dos Reis Magos, primeira edificação de minha cidade Natal.
Foi com certo aperto na alma que vi minha estrela tão querida quase invisível ao lado da ponte. Durou pouco, no entanto, minha angústia. Entendi que a Fortaleza não perdeu seu encanto. As pedras de sua passarela permitem-me ver sol de despedindo em um espetáculo lindo. O marulho tem uma sonoridade que chega ao coração e a proximidade do mar, umedece-me pele e alma. A cidade é a mesma e ainda me faz feliz.

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Maresia.

Na praia
Bebo maresia
Meu anseio de mar.