segunda-feira, 30 de junho de 2008

Mulher Crescida.


Mulher crescida
tem medo do mal
como criança encolhida
no fim do quintal

Mulher madura
com fome de vida
pula seus muros
de menina atrevida.

Mulher sensível,
sofreu tanto por amor,
mas ainda insiste em pintar
a vida com lápis de cor.

domingo, 29 de junho de 2008

Sensações.

Hoje eu sou um mergulho
nos meus sentidos,
nas recordações.
nos encontros.
nas despedidas,
nas desavenças.
Hoje me dispo do orgulho.

Hoje eu sou toda a vida
dos beijos trocados,
dos abraços apertados,
das mãos encontradas,
dos corpos enlaçados,
dos gozos partilhados,
Hoje minha alma é sentida.

Hoje eu sou sensações
na pele febril,
na boca sedenta
nos olhos famintos,
na matéria pulsante,
na ânima orvalhada,
Hoje só visto emoções.


Texto Publicado no Recanto das Letras.

sexta-feira, 27 de junho de 2008

Meu Querido Honoré...(uma licença poética)




Levo meus dias a pensar em ti. Desde que o sol me desperta até que a noite leve-me de novo a sonhar contigo, meu terno amigo, meu amor, minha vida!
Meu pensamento atravessa fronteiras e chega a ti em Paris. Há quanto tempo não nos vemos? Sei que contas meses, dias e horas. Eu prefiro sonhar, pois do contrário morreria de tua ausência em meu corpo; em meu coração.
São tantas as fronteiras que nos separam meu homem amado. A primeiras encontra-se aqui onde moro e sabes bem como me é difícil suportá-la.
Preocupei-me tanto com a falta de notícias. Fui tão feliz ao receber as últimas. Honrastes aquela dívida que tanto o afligia. Nunca mais te deixes levar por esses algozes. Sabes que comigo podes contar.
Quero de tudo o proteger, porém sinto-me impotente. Que pode fazer uma mulher como eu enclausurada nesse castelo distante e tendo com carcereiro o próprio marido?
Sinta meu coração em tuas mãos, todas as vezes que tentarem te fazer mal, meu doce amor. Tens paciência com vossa mãe. Ela não tem culpa por não saber te amar, como eu o amo.
Continuas escrevendo. Teus folhetins me encantam. Teus personagens vivem ao meu redor. Sou tua mulher de trinta, embora já tenha mais idade do que ela.Muito maior é o meu amor.
Sem sua tua presença converso com Lucien, conforto Eugenie e sofro com o pai Goriot.
Acredito que a tua obra atravessará os anos. Quiçá, séculos. Pois, são todos, os teus escritos, retratos dos corações humanos, que nunca mudam.
Piso em Paris quando te leio, assim muitos entrarão na cidade por tuas mãos.
Quem sabe um dia, sejam todas as tuas linhas unidas em uma obra vasta e prestigiada. Pareceu-me muito bom, quando em tom de brincadeira falastes na Comédia Humana.
Escrever, depois de me amar é o que fazes melhor. Não sei quando nos veremos outra vez, mas quero tê-lo em meus braços logo e para sempre. Nosso contrato será de amor e não de interesses.
Por enquanto, sofro e lembro do ardor dos teus olhos em minha pele. Cuida-te, se sentires algo chamas o Doutor Bianchon.
Lembranças a Henrique e a Miguel D'ajuda.

A ti o meu amor eterno.

Evelyne de Hanskas, Polônia, 1840.
****************
* Texto escrito por Evelyne Furtado, vestindo a pele da outra Evelyne, grande amor de Balzac, com quem viveu um amor proíbido por 15 anos, em uma licença poética onde mesclei fantasia, dados biográficos e personagens do autor que admiro

quinta-feira, 26 de junho de 2008

Na Madrugada Sonhos se Realizam.

Tento fazer poesia lendo as suas. Responder de imediato é impulsividade e pouco eficiente, se for um jogo. Nunca fui boa nisso. Trago essa marca do berço.
Retribuo meus afagos. Dou importância a eles. Vivo meus sentimentos com intensidade até que eles cansem de sofrer e recomecem a dançar em meu peito.
Sou de aquário e a liberdade me fascina, só perde para o amor, pois voar alto sozinha dá prazer, mas também dá vertigem.
Quero asas partilhar. Quero aterrissar suavemente e deitar na relva olhando o azul que é democrático e de graça. E como é bom, deitar a cabeça no peito do companheiro depois do vôo e antes dele dormir.
Ofereço o meu abraço, pois assim também dou a paz que complementa o amor.
Quero o sorriso em seu rosto e que as brumas saiam do seu raio de visão. Quero que a chuva lave nossas emoções e que o sol aqueça nossos dias. Quero, por fim, que nenhuma saudade ou mágoa reste nessa noite, que já se aproxima da madrugada quando os sonhos se realizam.

quarta-feira, 25 de junho de 2008

Sobre Dona Ruth Cardoso


De repente a notícia da morte de Dona Ruth me chegou através da TV. Não tinha idéia que sentiria tanto a sua perda. A morte sempre é lamentada, mas nesse mundo de tantas informações, às vezes, não nos deixamos envolver pela dor. No caso de Dona Ruth foi diferente. Nunca a vi como primeira dama, título que ela dispensava. Sempre a admirei pela carreira acadêmica, pela dedicação ao estudos dos problemas sociais e por suas realizações nesse sentido. Ruth Cardoso destacou-se pela ausência de vaidade e pos suas posições independentes. Lembro de uma entrevista do ex-presidente Fernando Henrique à Veja , onde ele dizia ( ele, o vaidoso, que também admiro) que consultava Ruth nos momentos dificeis do seu governo. Ela foi uma mulher brilhante por ser exatamente o que era, nem mais , nem menos. Que eu saiba nunca reclamou por ser chamada simplesmente de "Dona Ruth", embora fosse uma intelectual.
Nesse mundo de deslumbrados e falsos brilhos só tenho a lamentar e lamento muito. Sinceramente.

terça-feira, 24 de junho de 2008

Para Não Dizer que Esqueci São João.

Não há proteção.
Não há vacina no ato da entrega
Só há fogo em meu coração
Não lembrava o santo de hoje
Até ver fogueira nas ruas
Alguns deles eu beijei
Há poucos me doei
Mas nunca amei um João.

domingo, 22 de junho de 2008

Não gastarei meu batom em qualquer beijo...






Meu mal é pensar demais, é o que diz um amigo, desses que a gente confia tudo e que parece nos conhecer melhor do que nós mesmos. Verdade. Penso muito e o pensamento me leva ao céu e ao inferno.

Venho treinando os bons pensamentos e juro que me sinto melhor. Uma prima médica, que pesquisa física quântica, diz que o caminho é esse. A terapia cognitiva também. O filme O Segredo, naquela repetição cansativa, diz o mesmo. Livros de auto-ajuda, idem. Li alguns e assumo que me fizeram bem. Deepak Chopra é um exemplo bom.

Resolvi mirar bons desejos e jogar no lixo tudo que me torna infeliz.Tem dado certo, apesar de vez ou outra a vida aprontar e me acertar bem no coração.Nessas horas dói, o que é natural. Se não der para evitar, revido. Depois volto a caminhar na paz.

Tenho vivido experiências interessantes. Algumas eu ainda nem assimilei, mas me deixo envolver por elas e a sensação é tão benéfica, que me traz felicidade sem necessidade de explicações.

Em fase de aprendizado, não quero lembrar situações que me façam reviver sofrimentos. Não quero consolidar padrões negativos.

Ao contrário quero juntar todos as recordações boas que vivi e deixá-las tomar conta de todo meu ser, de todos os átomos que me formam, pois sou energia (física quântica novamente) e mereço a melhor fluindo nas minhas veias.

Como canta Zé Ramalho, de quem colhi versos, com os devidos créditos :"não quero devaneios tolos a me torturar... não vou me sujar fumando apenas um cigarro, nem gastarei meu batom em qualquer beijo"

Escolhos pensamentos e beijos, aproveitando enquanto posso. O que me fere, irá para o local apropriado. O que me faz bem, guardarei no saco de guardar confetes e mergulharei neles quando necessitar.


"Eu desço dessa solidão
Espalho coisas sobre
Um Chão de Giz
Há meros devaneios tolos
A me torturar..."

Zé ramalho.

sábado, 21 de junho de 2008

Cortina de Fumaça.


(Para ler após Olhos nos Olhos)

Acendo um cigarro. Quero jogar fumaça nos olhos de quem viu minha pretensa intimidade e se sentiu incomodado. A fumaça vai confundi-los. Vocês não lembrarão mais do que viram. Eu não me sentirei exposta. Tudo ficará bem. Será?

Não expus ninguém. Não ofendi. Não citei nomes. Não usei termos chulos, ao contrário: usei uma letra linda, de meu compositor preferido.

Como de hábito fiz uma catárse, mas ninguém pode me acusar de ter sido agressiva, pelo contrário. Há assuntos que mexem com as pessoas.

Algumas não se sentem bem ao lidar com sentimentos. Quando escrevi não achei que estava sendo invasiva, nem me comprometendo. Mostrei uma das minhas faces. Uma página da minha história que volta e meia cai no meu colo e releio.

Agradeço os comentários atenciosos. Mas confesso certo constrangimento. Porém se tem uma coisa da qual me orgulho é da minha espontaneidade. Da minha honestidade comigo mesma. E da minha coragem que cresce a despeito dos meus medos resistentes.

Talvez tenha sido verdadeira demais. E não deveria ter falado de um amor triste. É mais agradável ler sobre a beleza desse sentimento que também acho lindo, mas que dói e tem um lado escuro.

Eu prefiro escrever sobre o lado feliz do amor e na minha escrivaninha tem texto de sobra sobre sua força e seu poder. Escrevi o que sentia naquele momento e posso voltar a escrever daqui a pouco, pois continuo pensando assim.

O amor mora em mim e tenho uma infinita capacidade de amar, como acredito que todas as pessoas têm, algumas mais, outras menos.

Como o cigarro é muito combatido e não quero agravar mais a situação eu posso presenteá-los com uma cascata de flores ou com umas duas horas de fogos de artifícios poéticos e belos. Depois ninguém lembrará do meu espetáculo íntimo. Vocês ficarão mais tranqüilos e eu me esquecerei de ter mostrado as minhas impressões mais reservadas. Não haverá vexame a ser lembrado.

Texto Publicado no Recanto das Letras em 02 de junho de 2008.

sexta-feira, 20 de junho de 2008

Amor Aquariano.



Ganimedes, escolhido por Zeus,
amou mais a humanidade
que ao seu próprio deus.



****** Poesia não se explica, como disse Quintana, um poema já é uma tradução, mas escrevi a minha "justificativa": Poetrix certamente compreendido pelos nascidos sob o signo de Aquário, simbolizado pelo Aguadeiro ou Ganimedes (mitologia), que distribui amor a quem se aproximar e permitir ser amado (nem todos se permitem), mas que são fiéis a um único amor quando amam romanticamente. *******************

quinta-feira, 19 de junho de 2008

Olhos Nos Olhos


Olhos Nos Olhos

Quando ouvi Olhos nos Olhos de Chico, ainda na adolescência, acreditei estar diante de um discurso perfeito para a boca de uma mulher abandonada.De fato a letra é a mais adequada para quem sofreu uma rejeição e se vinga mostrando a quem lhe abandonou que muitos a amaram melhor do que ele.
Com o amadurecimento ouvi de maneira diferente a música e apesar da beleza incontestável, a canção deixou de ser uma das minhas preferidas.
A letra expressa toda mágoa de quem foi ferida, mas traz uma contradição. Se não há mais amor. Se outros amaram mais e melhor, o que faz uma mulher se dirigir assim ao ex-amor.
Quem se vê livre de uma mágoa, não mais sente necessidade de passar recibo. "Meu bem" é passado. E lá deve ficar. A obediência não faz mais sentido.
Para que a provocação, então?
Não sei responder, pois trabalho meus sentimentos de todas as maneiras que conheço para não carregar no peito uma mágoa que só me fará mal.
É para lidar com esse lado negro da vida que faço psicoterapia. Com ajuda de um especialista, busco as minhas próprias respostas; encontro novos caminhos e acho forças.
Faço tudo do meu jeito. Não sigo normas, apenas me redescubro, através da experiência e da competência de alguém que estudou para me ajudar no auto conhecimento.
Escrevo muito como catárse e nas palavras exponho amores vividos, amores frustrados, feridas e dores. Também escrevo para registrar a felicidade dos bons encontros. Ainda que meus textos não revelem a minha alma como uma fotografia, há muito de mim no que escrevo.
Hoje eu escrevo para você que me acompanhou por alguns anos. Você que me ajudou a sonhar um futuro em comum. Você que me fez tão feliz ao me sentir amada, através do toque, do beijo, do olhar e da voz repetindo que me amava quando nos falávamos à distância.
Falo para você que em uma madrugada jogou meus sonhos em um precipício e nunca se fez explicar como eu esperei. Não nego que gritei, xinguei, perdi o freio, mas pedi perdão.
Não obtive o perdão. Você não me quis nem como amiga. Você sugeriu que eu guardasse meu amor, como você estava fazendo, pois jamais amaria alguém como amou a mim. Mas disse-me que eu havia descumprido um trato feito a você e que não estava mais se sentindo feliz.
A sua escolha eu entendi. A sua opção eu demorei, mas aceitei e do meu modo continuei dizendo as minhas verdades. Não obedeci. Continuei gastando o amor, enquanto buscava saídas.
Você, no entanto, não me deixa em paz. Você parece querer me culpar de algo que eu não tenho culpa. A escolha foi sua. Esse sentimento é seu. Meus ombros não vão ajudá-lo a carregar.
Seria maravilhoso que você fosse sincero e que não armasse mais armadilhas para me "pegar". Seria mais digno que você não mais me provocasse e não permitisse que fizessem isso comigo.
Foi um homem assim que eu amei e não esse outro que continua me atraindo para me ferir em seguida.
Não sei bem como é o processo. Não sei o que lhe move. Mas sei onde me fere. Sei o tamanho da dor que vivi cuja ferida ainda não cicatrizou totalmente.
A diferença é que já chorei muito mais. Já não fico noites seguidas sem dormir. Já não me perco nos seus labirintos.
Ontem eu chorei. Hoje tive náuseas ao acordar. Vai saindo de mim tudo que me faz mal.
Talvez não seja maldade de sua parte. Talvez seus motivos sejam outros. Pois bem, é disso que falo no título desse escrito. Se você sentir necessidade de se explicar ou tirar alguma dúvida que porventura ainda resida ai, você sabe onde me encontrar.
Essa conversa terá que ser olhando nos seus olhos que tantas vezes me seduziram. Quero ver o que eles me dizem. O endereço você conhece bem. O telefone ainda é o mesmo. E quando eu me mudar lhe avisarei.
Por enquanto não me faça mais chorar.

Evelyne Furtado
Texto Publicado no Recanto das Letras em 02 de junho de 2008.

quarta-feira, 18 de junho de 2008

MULHERES EM MIM.




De Eva nasci
e Eva sou,
a pecadora.
Trago Maria (no nome e no peito)
a mãe
e redentora.
A Madalena, arrependida,
do filho de Deus amiga,
tal como ela sou.
Maria Antonieta
a "pobre" rainha
também, em delírios, sou.
Joana D'arc,
antes queimada,
depois santa:
inocente e culpada
assim sou.
Ema Bovary c' ést moi?
Às vezes, sim.
De Salomé ,
nada tenho
não gosto de cabeças cortadas.
Madre Tereza,
Irmã Dulce:
Essas nem ouso querer ser.

Evelyne Maria de Barros Furtado
Junho, 2008
Direitos Reservados.

terça-feira, 17 de junho de 2008

Melhores Intenções.

Não duvide das minhas intenções
São as melhores que disponho
No momento.

E todas foram geradas no ventre
Onde vibram as mais francas emoções.

Não duvido do que sinto
É a única verdade que certamente tenho,
No momento.

Evelyne Furtado
Publicado no Recanto das Letras em 16/06/2008
Código do texto: T1037120



Para ouvir, Astor Piazola em Adios Nonino. LINDO!

domingo, 15 de junho de 2008

Amor bom é aquele que me faz feliz


... ou de Cazuza, Clarice e Piazola).

Teimosa. Voluntariosa. Impulsiva. Podem usar qualquer desses adjetivos ao se referirem a mim. Sou tudo isso e mais. Faço uma pausa no repouso imposto por recomendação médica, pois preciso dizer algumas coisas.

Passei uma semana viajando e vivendo "out - net," essa expressão foi inventada agora, por mim ou já existe? Não sei. Mas sei que vi coisas belas, ri muito , comi bem, conversei, corri levando pesadas sacolas que me deixaram seqüelas na coluna cervical, "hablei muchismo", tomei vinho e me emocionei.

Sem tempo para fantasias, saudades, dores. Vivi apenas. Um dia de cada vez, com sol e com frio congelante, eu vivi. Pela primeira vez em muitos meses eu passei dias sem relembrar mágoas.

Apenas brindei à vida e aprendi que preconceito se vence quando conhecemos a verdade e, por exemplo, descobrimos um povo simpático naquela gente que considerávamos, de longe, arrogante. Eu comemoro cada vez que rompo preconceitos.

Porém o que me traz aqui é a saudade que agora me vem com força. Saudade de escrever. Saudade de falar com vocês. Saudade de dizer coisas bobas, mas verdadeiras.

Por isso a teimosia: quero falar que adorei ler lindos textos novos no Recanto, como amei ler as mensagens de carinho na minha escrivaninha. Afinal há muito amor nas linhas e entrelinhas por aqui.

Quero falar que amei, que amo e que quero amar mais. Preciso afirmar que não odeio você que me deixou esperando, porém quero pedir que você não me tenha rancor por eu conseguir sobreviver sem você, pois dei tudo que podia para que juntos vivessemos o nosso amor por mais sessenta e quatro anos conforme você me prometeu um dia.

Quero repetir, apesar de você bem saber, que fui verdadeira do começo ao fim e que ainda me dói não ter sua amizade, mas que posso viver assim.

Não custa repetir para você e para mim mesma até, que me atrai um amor inventado, lembrando Cazuza e Clarice Lispector, contudo hoje eu amo a mim mesma, com minhas imperfeições e qualidades reais. Quando me amo assim, não posso me permitir que me amem menos do que mereço.

Agora chove em Natal, o Brasil joga contra o Paraguai ( perde de 1x0) e eu ouço Adios Nonino de Astor Piazolla, lembrando que amor bom é aquele que me deixa feliz.

Evelyne em 15 de junho de 2008.

sábado, 14 de junho de 2008

Contradicón

"Por no querer sufrir sufri muchismos.
Por no buscar la dicha fui feliz"

Slvina Ocampo

À Laurita
pelo calor humano com o qual nos recebeu, pela sensibilidade, pela alegria e por me apresentar a poesia de Silvina Ocampo.
Gracias, amiga!
Beijos

sexta-feira, 6 de junho de 2008

Esse Não Foi para Mim.




Esse não foi para mim. Mas eu gostei do que li. Gostei de sua coragem.
E digo que também tenho medo. Muito medo de amar, embora a vontade seja bem maior que o medo. Tenho vivido assim. É disso que me alimento, também. Ela vai adorar lhe escutar. Eu gostaria. Quanto ao seu desejo. É seu e faça o melhor dele. Creio que havia amor e ira no seu desenho. Eles andam juntos, às vezes. A vida é tão ampla, menino, que a cada amanhecer a gente descobre uma nova nuance e vai crescendo com ela. Vale tudo para alcançar o amor, como vale tudo para alcançar a paz. Mas esses dois nem sempre estão juntos.
Será que você vai querer ouvir a menina contar? Não sei. Se não quiser diga. Se ela gosta de você vai lhe respeitar. Quem sabe ela não saia com desconhecidos. Não são todas as meninas que se arriscam. Só as que levam à vida sem muito compromisso ou as que amam à primeira vista o tal desconhecido. Eu deixo a vontade ganhar do medo quando há indícios de amor e lhe garanto apesar da dor, quando dói, vale à pena. E nem sempre dói. Você pode ter nocauteado a "guria", mas nada que uma boa dose de ternura e pedidos de perdão não possam consertar. Eu lhe desejo boa sorte, apesar de você não escrever mais para mim, mas gosto de você e admiro o que sai de sua pena. Peguei para mim uns conselhos que você deu para ela.


Evelyne Furtado
Publicado no Recanto das Letras em 03/06/2008
Código do texto: T1017062

quinta-feira, 5 de junho de 2008

É muita Luz!



Fecho os olhos
Ante a claridade
Que me invade...
É muita luz
Para a minha paz.
Há dias que prefiro o breu
Ou a meia-luz
Para esse diálogo
Que chega a mim assaz.
Leia-me com vagar
Veja-me com afeto
Vais à minha verdade
Por fim se acostumar.


Evelyne Furtado
Publicado no Recanto das Letras em 04/06/2008
Código do texto: T1019927

terça-feira, 3 de junho de 2008

Essa noite eu quero lhe alcançar.

Choveu ontem. A chuva me protegeu da saudade e do incômodo da dor. Ontem eu só queria conforto e assim me deixei proteger pela chuva lá fora , enquanto eu me refugiava no quarto. Ontem eu me recusei a sofrer e esqueci todos os motivos e pessoas que pudessem me atingir. Ontem eu consegui e a chuva ajudou. A noite eu busquei tanto sinais, mas me perdi e segui outros caminhos; cruzei o mar nas asas que tenho nas pontas dos dedos. Ontem a noite eu dancei com o vento e sonhei com você. Hoje o sol voltou. Eu acordei feliz, pois achei que a felicidade só dependia de mim. O dia me mostrou que não era para ser assim. E creio que abusaram de mim. Hoje a noite eu quero um sorriso franco. Relaxar meu corpo. Abraçar o cheiro de sua alma que passará me chamando para de novo brincar. Espero lhe alcançar.

Evelyne Furtado
Publicado no Recanto das Letras em 01/06/2008
Código do texto: T1015397

domingo, 1 de junho de 2008

Laços e Abraços.


Recolho os laços
Triste vazio
Dos meus abraços

Meu caminho não traço
Levam-me adiante
O apoio do teu braço.

Nutro-me de abraços
Beijos e poesias
No vazio dos meu laços.






Evelyne Furtado
Publicado no Recanto das Letras em 30/05/2008
Código do texto: T101257