segunda-feira, 18 de julho de 2011

Agenda de domingo.


Tarde de domingo em casa de irmã. Brasil e Paraguai se enfrentam na Copa América. A seleção brasileira perde quatro pênaltis. De tão absurdo o resultado virou piada rapidinho.
Na madrugada anterior a TV Futura apresentou Garrincha, a Alegria do Povo, documentário de Joaquim Pedro de Andrade. De certa forma me aproximei mais de Mané Garrincha e fiquei comovida. Além do talento inexplicável, ele jogava como um menino que brinca. Sua relação com o futebol era de amor.
Após a piada sem graça na Argentina, minha filha conseguiu ingressos para a última sessão de Harry Potter e as Relíquias da Morte - Parte 2.
Há quem torça o nariz e fale mal de J.K. Rowling sem ler seus livros e há quem a critique após a leitura depreciando sua prosa. Faço parte do grupo de leitores adultos que vibram com Harry, Hermione e Rony na luta entre o bem e o mal.
A plataforma 9 3/4 da Estação de King's Cross me leva para Hogwarts e vou bem acompanhada: Renato Mezan, filósofo, psicanalista e autor de Freud, Pensador da Cultura exalta o fenômeno Harry Potter.
O filme que fecha a série salvou meu domingo, mas ao retornar para casa a coluna de Lya Luft na Veja acordou meu desalento. Para não perder o sono recorri a Alvo Dumbledore, Diretor da Escola de Magia de Hogwarts, quando se despediu de seu pupilo dizendo "Não tema os mortos, Harry. Tema os vivos que vivem sem amor".

segunda-feira, 11 de julho de 2011

Janela.

A cortina diáfana impedia a visão total da figura de mulher pacificada.
Era visível sua silhueta; eram percebidos seus movimentos.
O mais ficava por conta da imaginação:
O que ouvia.
O que falava.
O que doía.
Como e do que vivia desconhecia-se.
Impossível saber o que sentia.
A cortina solta ao vento se movia.
As flores na janela remexiam-se.
A mulher no sofá, não mais.
Talvez suspirasse, talvez dormisse, talvez sonhasse.

quarta-feira, 6 de julho de 2011

Penso e sinto:
Amo discordando
Discordo sentindo.

segunda-feira, 4 de julho de 2011

LIVRE ASSOCIAÇÃO.


Sonhei com uma pedra. Não era a de Drummond. Mas poderia ser. Estava no meu caminho. No meu sonho. A pedra era o sonho. Uma pedra atirada ao rio. Sem volta... Mas sentia que era preciso voltar. Dizem que nunca voltamos ao mesmo rio. Pedra, caminho,rio, mar. O mar se renova continuamente, mas está sempre lá. Ontem não o vi. Chovia. Estava escuro. Não gosto de dias assim. O senhor gosta? Não precisa responder. Quem tem que falar sou eu. Afinal estou pagando para isso e gosto de falar. Gosto do mar, também. Em outra ocasião diria: - Adoro o mar! Hoje, não. Gostar é o bastante. Falo muito, não é? Fixação? E se for? Deixa para lá. Escrever também é bom. Eu escrevo e corto palavras. Cortar palavras dói. Algumas nascem mortas. Perco, por vezes, uma população enorme de palavras não nascidas e as sinto profundamente. Mas amo as palavras, mesmo essas abortadas. Falei em amor? Só o amor cura. Jesus falou sobre o amor e amou. Freud não era religioso, mas disse que só o amor e a palavra salvam. Por isso gosto dele. Jung, conheço pouco. O senhor acha que ele foi incompreendido? Eu acho que sim. Ousou ir além da ciência. Flertou com o inexplicável e os doutores não perdoaram. Sincronicidade, inconsciente coletivo, arquétipos, essas coisas. Estou ensinando padre nosso a vigário. Desculpe. Sou iniciante na área e muito curiosa. Como dizia eu acreditava em sinais, então desacreditei. A vida ficou sem graça. Voltei a acreditar. A ciência é admirável, mas reduz a vida ao que se explica e o mistério me fascina. Estou resistindo? Diria enfaticamente que não. A resistência dói, eu aprendi. Só estava tentando dar um significado ao sonho de ontem. O tempo acabou? Não tenho mais nem um minutinho ? Ok, o senhor manda. Estava tão bom aqui. Não precisa olhar para o relógio. Fico ofendida. Já estou indo. Até a próxima.