segunda-feira, 4 de julho de 2011

LIVRE ASSOCIAÇÃO.


Sonhei com uma pedra. Não era a de Drummond. Mas poderia ser. Estava no meu caminho. No meu sonho. A pedra era o sonho. Uma pedra atirada ao rio. Sem volta... Mas sentia que era preciso voltar. Dizem que nunca voltamos ao mesmo rio. Pedra, caminho,rio, mar. O mar se renova continuamente, mas está sempre lá. Ontem não o vi. Chovia. Estava escuro. Não gosto de dias assim. O senhor gosta? Não precisa responder. Quem tem que falar sou eu. Afinal estou pagando para isso e gosto de falar. Gosto do mar, também. Em outra ocasião diria: - Adoro o mar! Hoje, não. Gostar é o bastante. Falo muito, não é? Fixação? E se for? Deixa para lá. Escrever também é bom. Eu escrevo e corto palavras. Cortar palavras dói. Algumas nascem mortas. Perco, por vezes, uma população enorme de palavras não nascidas e as sinto profundamente. Mas amo as palavras, mesmo essas abortadas. Falei em amor? Só o amor cura. Jesus falou sobre o amor e amou. Freud não era religioso, mas disse que só o amor e a palavra salvam. Por isso gosto dele. Jung, conheço pouco. O senhor acha que ele foi incompreendido? Eu acho que sim. Ousou ir além da ciência. Flertou com o inexplicável e os doutores não perdoaram. Sincronicidade, inconsciente coletivo, arquétipos, essas coisas. Estou ensinando padre nosso a vigário. Desculpe. Sou iniciante na área e muito curiosa. Como dizia eu acreditava em sinais, então desacreditei. A vida ficou sem graça. Voltei a acreditar. A ciência é admirável, mas reduz a vida ao que se explica e o mistério me fascina. Estou resistindo? Diria enfaticamente que não. A resistência dói, eu aprendi. Só estava tentando dar um significado ao sonho de ontem. O tempo acabou? Não tenho mais nem um minutinho ? Ok, o senhor manda. Estava tão bom aqui. Não precisa olhar para o relógio. Fico ofendida. Já estou indo. Até a próxima.

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