Ao alcance da mão convivem prosa e poesia. Um mundo
encantador, caótico e confortador. Livros, livros, livros. O Homem dos Lobos
divide o mesmo espaço, na mesa de cabeceira, com Fernando Pessoa e Manoel de
Barros. Proust hoje faz sentido. Na data da folha de rosto daquele
exemplar (1984) não fazia. Faltava-me calma, por certo, e
sabedoria. Sinto-me mais calma pelo menos. Esaú e Jacó, o último da atual safra de releitura de Machado de
Assis aguarda a vez. Comecei a reler Gabriela, mas parei no meio. Um gole de
brasilidade para aquecer. Não parei por vontade minha, emprestei a minha mãe que tem prioridade. Tem mais Freud: O Mal Estar da Civilização, Luto e
Melancolia, entre outros. Nenhum pouco ortodoxa, adquiri recentemente Terapia
Cognitiva, Teoria e Prática de Judith Beck. Rebeldia? Também. E o pior é que
gostei. Mas gostei mesmo, aliás, estou gostando é de O Rio é Tão Longe. Comprei
para presentear a alguém que mantém até hoje um olhar de dezenove. Comecei a degustar as cartas de Otto Lara Rezende para Fernando
Sabino e não consigo parar. Delícia de texto que me faz rir sozinha como ria Otto
lendo as cartas de FS (que infelizmente não tenho em mãos). Que geração
maravilhosa, aquela! Vivem nas correspondências de O.L. R. Drummond, Vinicius,
Rubem Braga, Hélio Pelegrino, Paulo Mendes Campos, Juscelino, Jango, Jânio,
Castelo Branco, o jornalista e o marechal. Que prosa, seu! Ele vai da
literatura a política com um senso de humor afiado e inteligente. Sobram
ternura e "puxadas de angústia" (adorei essa expressão!). Agora volto a
estudar Psicologia nesse finzinho de agosto no qual o vento sopra como deve
soprar em agosto. Também gosto e muito! Ah, esqueci de falar de Nelson
Rodrigues, que habita O Rio é Tão Longe, mas aí posso entrar em uma
vereda proustiana e não tenho tempo. Preciso estudar e mais tarde terminar o
livro que não é meu para entregar a quem de direito. Por hoje é só. Tentarei , um dia, harmonizar meu saboroso caos.
2 comentários:
espectacular ;)
Obrigada!
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