segunda-feira, 30 de agosto de 2010
Pronta?
Nunca estou pronta. Toda hora constato que falta alguma coisa ou que tem algo sobrando em mim.
Às vezes saio de casa com a sensação que esqueci de por batom, que não trouxe o celular ou que estou sem dinheiro.
Nessas horas faço um check list para me tranqüilizar e muitas vezes constato que esqueci algo. Se der para voltar, ótimo. Caso contrário vou sem lenço, sem documento, ou sem os brincos.
Em outras ocasiões sinto que carrego peso demais. Bolsa abarrotada de quinquilharias, mala cheia de roupas que não usarei, lembranças volumosas ou excesso de expectativas. È o momento de retirar itens dispensáveis, embora tudo me pareça essencial.
Quando é o coração que pesa uma tonelada o trabalho para torná-lo suave é penoso. Haja oração, meditação, razão e lágrimas, enquanto busco novas conexões neuronais para suavizar a bagagem.
Na verdade creio que ninguém está pronto. Estamos continuamente nos adaptando ao presente e nos preparando para o próximo movimento da vida, para o qual, de forma a evitar ansiedades desnecessárias, usarei um pretinho básico, que pode até ser o vestido estampado, contanto que me deixe à vontade comigo mesmo.
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