domingo, 22 de agosto de 2010
Rubor.
Na semana que passou ouvi Zuenir Ventura e Luis Fernando Veríssimo falando sobre a dificuldade que antecede o ato de escrever. Ouvi mais Zunir do que Veríssimo. Para ser mais exata o primeiro falou e o segundo confirmou com um gesto.
_Senhores, fiquem certos de que o leitor não percebe. Essa aqui, por exemplo, só aprova o que vocês escrevem e no momento sofre para juntar lé com cré em um texto minimamente inteligível.
Lembro de Rachel de Queiroz falando de tal angústia. Ela foi uma das primeiras escritoras que conheci e de cara gostei. Para mim as estórias saíam de sua pena facilmente. Ela, no entanto, dizia que era um sofrimento.
De que é feita essa agonia? Suspeito que tem a ver com responsabilidade, exposição, e aprovação. No meu caso garanto que é timidez. Empaco porque alguém vai me ler e me julgar.
Mas nem sempre é assim. Às vezes minha prosa jorrar entre sensações, opiniões e sentimentos.
O problema é que quando releio alguns desses textos meu estômago revira. Não me reconheço em alguns e em outros me reconheço demais.
Tímida e impetuosa. Essa sou eu. Agora mesmo, encontro-me entre esses extremos e meu rosto está esquentando. Devo estar vermelha por me incluir entre os nomes acima citados. Vão pensar que estou me achando! Pronto: revelei-me de novo.
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