segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Mares Calmos.

Viver não é preciso. Navegar, sim. Subverto a ordem e peço licença ao poeta, bem como às possíveis interpretações que os versos receberam, pois quero simplesmente dizer que navego em mares calmos dessa vez.
Uma viagem, para alguns, deve ser planejada, organizada, prevista. Se possível até com a visualização dos pontos turísticos a serem visitados antecipadamente, via internet. Tudo para que não haja surpresas desagradáveis. Mesmo as agradáveis não são bem vista. Esses vão e voltam apenas para confirmar o que planejaram. Fico com a impressão de que nem seria necessário ir, mas cada um viaja como quer e pode.
Navegar, aqui, pode ser sinônimo de viajar ou de viver. Já ficou claro, mas reforço e sou redundante. Fazer o que se me repetir parece uma sina?
Continuo falando em viagem e em vida lembrando que para outros vale a emoção do imprevisto. Esses escolhem o destino com os olhos fechados e o dedo sobre o mapa. A surpresa, boa ou má, começa na ponta do dedo. A esses, desejo muito mais que boa viagem. Desejo-lhes boa sorte.
Uma boa parte viaja sem sair do lugar. Conheço muito bem esses viajantes que percorrem o mundo em páginas, em imagens, em sons, em pensamentos, em sonhos.
Sou viajante de sonho e sou boa nessas viagens. Mas já fui muito mais. Por isso,
hoje escolho uma viagem aqui pertinho. Imagino um barco sobre as águas mornas da Praia do Forte, que para quem não sabe é uma praia onde o mar é contido pelos arrecifes.
Da proa eu vejo o Forte e a nova Ponte. Lá em cima Natal. No horizonte o mar querendo ultrapassar a barreira de rochas. Chego a ouvir uma sinfonia na insistência do mar e acho tudo lindo, inclusive a coreografia das espumas no cume das grandes ondas represadas.
Em meio à letargia que me toma a bordo penso que o mar também se repete. Também ele vive sua sina.

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