segunda-feira, 11 de abril de 2011

Salva.


Mil vezes agradeço à palavra a mim apresentada em salva da mais pura matéria embora não tenha feito dela - palavra- o bom uso que merece.
Disse em outro escrito que a palavra é norma, mas que é também alforria. Liberta sou continuamente pelo verbo que me salva da total inaptidão.
Sou verbo e carne. Verbo e pele. Verbo e vísceras. Verbo e células. Sou verbo e emoção, principalmente.
O silêncio, para alguns, sábio, para mim é remédio amargo. Engulo de uma só vez e travo. Faço, exceção, somente ao silêncio partilhado em sagradas ocasiões.
Quero mesmo sorver palavras doces. Derretê-las como pedras de açúcar que são.
Quero-as em vermelho e preto. Em branco que é paz; em verde que é esperança e é sorte; em céu azul; em lilás.
Desejo o vocábulo como chocolate quente ou café aquecendo língua, garganta e coração.
A palavra pode levar-me à dor, mas, principalmente, cura-me de todas as dores do mundo.
À palavra, minha ou de outrem, concedo a mais sincera gratidão.

Evelyne Furtado
Natal, 11 de abril de 2011.

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