segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011
" EU SENTI"
Hoje falo de imagem e som, pois palavras, só lembro das duas que foram proferidas antes dos créditos subirem. Eu não entendo de cinema, eu apenas gosto. E é nessa condição que peço licença para falar.
Por mais ou menos duas horas meus olhos fecharam-se em alguns momentos por não suportarem o que a tela exibia.
Em muitos outros instantes meu olhar expandiu-se para absorver tamanha beleza.
O mesmo prazer foi proporcionado aos ouvidos. Afinal o filme é sobre perfeição e balé. O Lago dos Cisne, no cinema, recebeu o tratamento plástico que a obra de Tchaikovsky merece,
Não tenho como fugir aos adjetivos. Cisne Negro é instigante, belo, repulsivo, deslumbrante e exaustivo.
Oferece prazer estético e aversão, ao mesmo tempo que trata de conflitos psicológicos intensos expondo o claro e o escuro; a vontade e o medo; a disciplina e a emoção; a ambição e a culpa e, ainda, o auge e a queda.
Ao sair do cinema, alguém me perguntou:
- E aí?
Antes de pensar em uma resposta mais adequada, respondi no ímpeto:
- Estou morta!
Meu instinto de preservação quase me leva a comprar outro bilhete para assistir Zé Colméia, o filme. Porém optei por suportar um pouco mais todo tormento emocional idealizado por Darren Aronofsky e interpretado magistralmente por Natalie Portman.
Ainda preciso entender melhor as múltiplas mensagens do criador de Cisne Negro. Mas ficará para outra conversa, outra sessão, outra época. Por enquanto fico com a imagem, o som e a última fala da protagonista: " Eu senti.”.
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