segunda-feira, 20 de dezembro de 2010
Brinde de Natal.
Pensou em não ir. Se seu espírito não estava em festa para que ir àquela que se repetia todos os anos? Cansava-se só em ver as mesmas pessoas, forçar sorrisos, tocar sem perceber, fingir que não sentia as ausências. Principalmente a que mais lhe doía. Cansava-se. Mais a data se aproximava, mais ela tentava se esquivar da festa a qual não poderia faltar. Esforço vão. O Natal não é lacuna no calendário ocidental e o mundo não parava de lembrá-la. Ho,ho,ho! Luzes féericas revelando pessoas carregando sacolas e semblantes fechados. Corriam para onde? Pensou mais um pouco e se assustou: Não queria ser esquecida! Tomada por esse sentimento correu para as compras; escolheu um vestido novo; enfrentou em um dia tudo que havia evitado durante todo mês e foi à festa. As mesmas pessoas. Os mesmos pratos. A decoração de sempre. A mesma saudade. O cansaço. Deu conta da vida em um abraço. Lembrou o que se comemorava. Enfim, o real significado da festa. Brindou com os presentes e -intimamente- com quem lhe faltava. Fez uma prece e foi feliz como pode.
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