segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Continho.


Desceu, Alice, a ribanceira às cegas: Olhos vendados, frio na barriga e escoriações que lhe doeram muito além da pele.
Acordou de súbito de sonho pesado. Revirou na cama e nas idéias de Freud. Salva foi por raízes de afeto. Repousou em leito de versos. Adoçou como pôde o remédio. Confortou-se na luz beirando a janela.
Hoje segue pé ante pé rente à calçada e lembra dia sim, dia não, com saudade, das nuvens que lhe substituíam o chão.

2 comentários:

CHIICO MIGUEL disse...

EVELYNE,
Conto curto e ceteiro, Nunca tinha lido tão bom em poucas linha. Claro. Evidente. No entanto, cheio de simbolos e mistérios.
Abraços
francisco miguel de moura

Visite meus blogs, especialmente:
http://franciscomigueldemoura.blogspot.com

Nayara Gerin disse...

Fantástico!!!
Poucas linhas, mas muito pra imaginar e desvendar...

Nayara Gerin