quarta-feira, 5 de maio de 2010

Enquanto Chove.


Gotas escorrem na janela e para além desta há um céu estranhamente acinzentado. Chove na cidade onde fez um calor medonho nos primeiros meses do ano. Tem um livro nas mãos e o aconchego do quarto. Mas o pensamento se insurge contra a quietude e foge em formas, cores, sensações. A imaginação é rainha dispondo das leis do tempo e do espaço. Ao seu comando todos os muros são derrubados; todas as fronteiras apagadas. Calendários são rasgados. Tudo aqui e agora! Um belo dia de sol ou uma noite enluarada. A tarde, pode até ser uma promissora madrugada. Pés descalços na areia da praia. Pedras de uma cidade antiga. A voz mais bonita ecoa e a vida faz coro. Risos soltos. Sentidos em festa ou mesmo o repouso após a satisfação.Nessa dimensão chocolate quente não engorda. Brigadeiro também não. Tudo pode. Outro olhar através da janela e a mulher acorda. Aquieta-se. Ainda chove.

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