segunda-feira, 12 de abril de 2010

Abril.


Há gente na rua, o céu é de um azul intenso e o calor amainou. Cansada da paisagem interior ela deu uma pausa na introspecção.
No momento não sente vontade de se justificar. Não desistiu de se compreender ou de compreender o mundo, apenas dedica-se simplesmente a ver a vida.
De sua varanda o asfalto parece-lhe coberto de prata. Tem a impressão de que todos os carros são prateados. Preferência dos consumidores ou imposição das fábricas de automóveis? Certamente o motivo está relacionado ao lucro.
Alongando a visão se gratifica em um ponto no outro lado da rua. É uma casa amarela com um jardim pequeno e bonito: Ixórias e construção formando um conjunto harmonioso.
A casa antiga entre edificios modernos é um presente para os olhos e âncora em meio às transformações incessantes da cidade em mutação. É também um ícone de resistência.
Debruça-se sobre uma das vias que levam ao mar. Dizem que há décadas ouvia-se o marulho de onde hoje ela observa a vida ouvindo os sons dos motores e dos trabalhadores em edificações vizinhas.
Agora nuvens se formam, venta bastante na varanda e o céu já não está tão azul. É abril, ela se dá conta, ao mesmo tempo em que lembra que tem um texto para escrever, uma matéria para estudar e uma vida para viver.

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