sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Destino.



A que saiu de casa não foi a mesma que entrou na igreja. Tampouco foi a que de lá saiu com a pele em brasa sob o sol displicente com seus ombros, que encolhiam à medida que ela se aproximava da esquina com a palavra “destino” escrita na placa.

Por baixo do vestido sem cor definida ela suava. Mãos frias, coração quente, amor ardente, dizia sua avó, de quem ela lembrava ao desviar dos rostos que pareciam acusá-la daquela alegria antecipada.

A que voltou era tão misturada que nem ouso descrever. Sei que subiu aos saltos os degraus da entrada e que trazia entre os lábios o gosto entre o doce e o amargo das saudades jamais saciadas.


Evelyne Furtado, 07 de dezembro de 2009.

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