segunda-feira, 9 de agosto de 2010
Ao Tempo.
De lá para cá, quanto tempo? Desistiu de contar dias, meses e anos. Colecionar datas significativas deixou de ser importante desde que percebeu que doía mais que soprava.
Os fatos, não esqueceu. Muito menos as pessoas ligadas aos fatos. A memória afetiva trabalha a seu favor. Apega-se ao bom e segue do jeito que pode seguir.
Buscar uma lembrança boa ao despertar tornou-se um exercício diário. Hoje procura as melhores recordações quase naturalmente, mas em determinado período de sua vida o dia começava com a luta para se desfazer do que lhe afligia.
O tempo é santo. Faz milagres na memória tornando quase invisíveis as imagens tristes e inaudíveis os sons traumáticos. O calendário marca os dias na mesa de trabalho, na parede, no monitor e no celular, enquanto ela faz preces ao tempo, como já fez Caetano.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário