segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Recomeço.


De repente estancou. Para ser mais precisa, não ocorreu assim de súbito. Ela nunca foi dada a longos escritos.
Por um período experimentou formatos diferentes, ousou e se sentiu bem. Porém começou a economizar demais nas palavras.
É verdade que deu grandes passos na vida por essa época e nisso se empenhou. Também não é mentira que produzia belos escritos na mente, que murchavam antes de se materializarem.
A sensibilidade que já a impulsionara agora a paralisava: o medo de errar emperrava seus dedos, a prudência a calava, a autocrítica embaralhava cada vez mais as letras e nada a satisfazia.
Aos poucos a autora foi murchando em uma agonia tão intensa quanto seus textos de antes. O prazer escapara e deixara em seu lugar uma tristeza tímida.
Até que um fim de tarde de agosto ela teve um breve encontro com sua espontaneidade de aprendiz e resolveu falar.
Pouco importava se já haviam escrito melhor sobre dores, alegrias e amores. Voltaria a falar dos sentimentos do seu jeito feminimo e a registrar sua visão do mundo da maneira que sabia fazer.
É apenas um recomeço, mas estou aqui torcendo para que a alma liberta retorne aos seus escritos.

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