terça-feira, 25 de agosto de 2009

A Mulher e o Livro.


Passa os olhos pela capa e avidamente se dirige às primeiras palavras. Não sem antes por seu nome na página de rosto. Hábito antigo. Gesto de posse marcando o objeto que lhe encanta desde a infância.
Só não rabisca livro emprestado. Os seus assina, põe data, sublinha o que lhe é importante e registra a sua impressão.
Se o conteúdo é sagrado; com o objeto sua relação é profana,íntima e afetuosa. Quando se agarra a um livro vive uma ligação intensa até a última página.
Para os puristas é uma leitora sem escrúpulos. Vai do policial a Shakespeare na boa. Ama Machado e J.K. Rowling. Gabriel Garcia Marques e Agatha Christie.
Adora Rachel de Queiroz e admira Clarice Lispector.
Saboreia os versos de Cora Coralina, venera Pessoa e Drummond. Canta baixinho, como quem está aprendendo a ler, os sonetos de Vinicius.
Passeia pelo Rio Grande de Érico Verissimo e pela França de Balzac com interesse. Leu Raízes do Brasil e Leite Derramado alternadamente: pai e filho em estilos absolutamente diversos, nem por isso incompatíveis.
Ainda convive com os personagens de Monteiro Lobato como se fossem amigos de infãncia.
Augusto e a Moreninha, Capitu e Bentinho, Ana Terra, Gabriela, Rodrigo Cambará, Emma Bovary, Harry e Hermione, entre outros personagens,inclusive os de carne em osso em biografias como Brando, Pedro I, Pedro Nava (o personagem e o memorialista), Nelson Rodrigues e o próprio Balzac povoam seu universo íntimo.
Vive dramas, descobre culturas diversas e se apaixona por personagens como uma adolescente. Na cama, na rede, no sofá ou na praia pode se ver a mulher e o livro. Companheiros inseparáveis e fiéis desde sempre.
Agora ela está entre os nórdicos acompanhando Mikael e Lisbeth em mais uma leitura instigante e forte, mas narrada com leveza. E assim irá até o próximo livro.

* Imagem encontrada no Google.

Um comentário:

Zana disse...

Oi, Evelyne!
Adorei o texto.
Bjs