Palavra de Mulher

Em contos, crônicas, poemas, lágrimas, prazeres e risos.

sábado, 10 de janeiro de 2009

MADRUGADA.


Elisa ouvia a conversa dos pássaros, as batidas do seu coração e as vozes interiores que discutiam na solidão. A escuridão era atenuada pelo azul e pela última estrela que entrava pela janela.

Reconheceu a angústia que sempre acompanhava seus avanços individuais. Sentia-se aflita quando dava um passo à frente. Como se fosse uma criança aprendendo a andar, oscilava entre o êxito e medo de cair.

A falta de sono não lhe era desconfortável. Não havia tristeza. As saudades eram suaves, apenas a fronteira entre o passado e o futuro roubava o sono de Elisa.

A manhã já se instalara e o sono não vinha, ela então, voltou-se para o céu, recitando baixinho todas as orações que conhecia. Entre uma prece e outra ela revia os retratos colados na memória.

Entre um Padre Nosso e uma Ave Maria, um aperto no peito, um suspiro e um sorriso.

A Deus, agradecia, pedia perdão e a proteção do seus amados. À Nossa Senhora, suplicava que cobrisse com graças seu coração. Ao seu anjo da guarda, com candura, rogava sua amorosa vigilância.

Aos poucos as pálpebras tormaram-se pesadas e Elisa deitou-se nos sonhos profanos de alguém.


Evelyne Furtado, em 10 de janeiro de 2009.
Postado por Evelyne Furtado. às 12:40

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meu lado mais mulherzinha. A face assumidamente emocional. Também é aqui que falo de outras mulheres. Mulheres de alguma forma importantes para mim. E claro que falarei sobre relacionamentos e portanto de homens.
Aqui vale o sonho. O desejo. As dores. O belo. Aqui não tenho compromisso com a forma, o rigor, o bom comportamento. Aqui sou uma mulher que sente, pensa, ri, ama e chora.

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"Eu só escrevo quando eu quero, eu sou uma amadora e faço questão de continuar a ser amadora. Profissional é aquele que tem uma obrigação consigo mesmo de escrever, ou então em relação ao outro. Agora, eu faço questão de não ser profissional, para manter minha liberdade."

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