quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

À FLOR DA PELE.





"Ando tão à flor da pele
Qualquer beijo de novela
Me faz chorar
Ando tão à flor da pele
Que teu olhar "flor na janela"
Me faz morrer
Ando tão à flor da pele
Meu desejo se confunde
Com a vontade de não ser
Ando tão à flor da pele
Que a minha pele
Tem o fogo
Do juízo final(...)"
Zeca Baleiro.



Ser citada em um belo texto de Zélia Maria Freire, sobre beijos, fez festa em meu coração. Diz Zelinha que sou expert em amor. Deve ser porque escrevo muito sobre o assunto e tenho essa alma romântica.

Diz ainda, Dona Zélia, que tenho sensibilidade à flor da pele e aí já não questiono. Sou sensível em excesso o que me faz viver com intensidade alegrias e dores.

Quando o bem me visita recebo-o com emoção. Abro portas e janelas. Entrego corpo, alma, coração. Sou boa anfitriã. Sirvo o melhor de mim. Retribuo pão e vinho.

Quando o mal se insinua eu tremo aos sinais. Às vezes finjo não vê-lo até que ele se impõe. Então não tem volta. Bato a porta na cara. Choro o que tenho direito. Recolho-me para recuperar as energias.

Se choro em filme de amor e fecho os olhos em cenas de violência, imaginem o que sinto quando sou protagonista da história?

Sofri todas perdas. Vivi todos os amores. Todas as minhas emoções são sentidas com verdade. Não escondo de mim mesma os sentimentos.
Aprendo no amor e na dor, pois muitas vezes não posso escolher. Retorno melhor, mais forte.

Não quero perder a sensibilidade. Quero alargar os sentidos e prestar mais atenção aos sinais. Quero trocar amor com amor. Quero trocar paz com paz. Quero aprender a escolher. Quero um olhar sincero, para melhor me ver.

Quero ouvir Zeca Baleiro, arder antes do juízo final, receber bilhete de amor em papel de pão, tocar o céu junto a quem me fizer feliz e acreditar no amanhã.


Evelyne Furtado, 02 de dezembro de 2008.


Evelyne Furtado

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