sexta-feira, 18 de julho de 2008

Carta a Janine.





Da Série Melhores Amigos


Jane, querida

A greve nos Correios lembrou-me os tempos pré-históricos, quando trocávamos sinais de fumaça, via Embratel ou através de cartas e mais cartas.
Você voltara a Brasília, nossas vidas tomavam outro rumo e sua amiga sensata já não sabia onde pisava.
Quando nos conhecemos, no Campus da UFRN, você estava chegando a Natal e era quase uma menina, mas já assumia responsabilidades de gente grande.
Eu, uma jovem senhora casada e mãe, usava roupas bem menos adequadas a uma quase advogada (nunca deixei de ser “quase’”). Você se vestia como profissional.
Entendemos-nos de cara. Na época a diferença de idade era significativa, pois você ainda saía da adolescência, eu tinha uns 25, mas sua inteligência e seu equilíbrio lhe davam um ar de maturidade.
Não se preocupe, você não está mais velha. Ninguém com esse senso de humor envelhece. Aliás, você está mais nova e eu também, rs.
Foi um dia desses. Eu lhe mostrava na sala do apartamento as fotos do terceiro aniversário de Silvinha e ela lhe "ensinava" que o que você chamava de balões eram bolas de encher.
Vinha fez 22 dois e continua linda. Hoje, além de mãe sou tia coruja desse menino astro que você e Armando fizeram tão bem.
Menina, será que existem filhos mais lindos que os nossos? Claro que incluo os de Verusckita nessa lista, além dos meus sobrinhos e dos seus.
Eles dão show, mas Vítor, aos cinco anos foi o único que cantou para uma platéia enorme junto com Alceu Valença. E "bombou”, segundo fontes seguras.
George, seu irmão, disse ter invejado o sucesso dele com as mulheres, depois que apareceu no telão cantando Xote das Meninas.
Jane, você fica sem graça com elogios. Pois aprenda a recebê-los. Você merece muitos. Não somente por ser mais uma irmã que tenho, mas por brilhar tanto que sua luz me ilumina daí sempre que preciso tomar uma decisão importante ou passo por momentos dificeis.
Mudamos os cursos de nossas vidas. Mudamos de endereço. Mudamos de estado civil. Porém não mudou o meu carinho, minha admiração e meu orgulho de ser sua amiga.
Ninguém escreve como você e apesar de gostar de cada livro que você me deu (como me fizeram bem!), ainda prefiro as dedicatórias ao conteúdo. Nelas me sinto especial, pois sou vista com seu coração e descrita com sua mente mágica.
Minha amiga, há muitos anos, antes que eu pensasse em escrever mais que cartas, quando vivia em meio a um turbilhão de emoções, lhe prometi um capítulo no livro de minha vida, em razão da força que você me transmitia, do não julgamento e da paciência com a qual você me ouvia nos interurbanos a qualquer hora do dia ou da noite.
Não pretendo escrever uma autobiografia, pois não sou celebridade, nem vivi nada que outras pessoas não tenham vivido. Mas esse texto, denominado "carta "é um começo do muito que tenho a falar sobre Nine-Sol.
Beijos amorosos para você, para Armando (com sua permissão, claro) e para "o menino mais lindo da cidade", que Vítor com tanta sabedoria já descobriu ser.

Veca

P.S. Desculpe pelas mensagens de textos loucas que lhe respondo. É que passei dos quarenta (rs)e preciso de óculos , que sempre estão longe quando vc me envia as suas.

Um comentário:

AnadoCastelo disse...

Mais uma irmã do que amiga, não é? Felizmente há sempre uma em nossas vidas.
Beijinhos