sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

KIT DE ANO NOVO!


Sal grosso e muita esperança
Um bocado de perdão
Saúde, paz, amor, lentilhas
E a mais feliz intenção.

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Boa Sorte!



Respire fundo e procure as suas vontades. Separe as que estão visíveis, mas não fique por aí. Há de ter vontades imersas, esquecidas, dadas por vencidas. Tenha coragem e busque-as. Vale a pena revisitá-las. Examine uma a uma. Garanto que algumas já virão à tona com o sabor de sempre. Deixe-se tomar pelo gosto bom. Reviva-o.
Arranje mais coragem e exponha-se às vontades que vieram e passaram sem o gosto real. Confie nas sensações que elas provocam. Vá por mim: Se você se sentir bem, talvez seja a hora de torná-las realidade, mas, se ao contrário, for tomado por um mal-estar, certamente passaram do tempo.
Talvez seja a hora de lidar com as vontades adormecidas por preconceito, por preguiça, por orgulho ou por excesso de cautela. Olhe-as de frente e a frente delas. Como seria a vida depois de realizá-las? Se há ameaças a sua integridade ou de outra pessoa, melhor desistir. Se não der para esquecer, devolva-as à gaveta das fantasias ou dos sonhos, sei lá.
Vai me dizer que está sem vontade? Tem jeito para isso, também. Comece por imaginar algo muito bom por menor que seja: um prato gostoso, um passeio na praia, um presente, um amor, um novo rumo na vida, uma viagem.
Vale uma mudança no visual ou no comportamento. Vale um gostinho que seja para começar. É hora de afiar os desejos, afinal. Você terá um ano inteiro para materializá-los. Boa sorte!

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Brinde de Natal.



Pensou em não ir. Se seu espírito não estava em festa para que ir àquela que se repetia todos os anos? Cansava-se só em ver as mesmas pessoas, forçar sorrisos, tocar sem perceber, fingir que não sentia as ausências. Principalmente a que mais lhe doía. Cansava-se. Mais a data se aproximava, mais ela tentava se esquivar da festa a qual não poderia faltar. Esforço vão. O Natal não é lacuna no calendário ocidental e o mundo não parava de lembrá-la. Ho,ho,ho! Luzes féericas revelando pessoas carregando sacolas e semblantes fechados. Corriam para onde? Pensou mais um pouco e se assustou: Não queria ser esquecida! Tomada por esse sentimento correu para as compras; escolheu um vestido novo; enfrentou em um dia tudo que havia evitado durante todo mês e foi à festa. As mesmas pessoas. Os mesmos pratos. A decoração de sempre. A mesma saudade. O cansaço. Deu conta da vida em um abraço. Lembrou o que se comemorava. Enfim, o real significado da festa. Brindou com os presentes e -intimamente- com quem lhe faltava. Fez uma prece e foi feliz como pode.

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Minha dose de ilusão.




Há quem diga que precisamos nos despir de todas as ilusões para amadurecermos. Para alguns cépticos nenhuma crença é consistente, a não ser a que eles professam aos quatro cantos. Só crêem naquilo que podem enxergar.

Diante dessas pessoas tenho, às vezes, a nítida sensação de que sou extremamente pueril. Em algumas ocasiões vou me encolhendo dolorosamente na medida em que seus argumentos crescem.

Concordo que o processo de desencantamento é necessário ao amadurecimento e admito que até bem pouco tempo eu me esquivava da desilusão a todo custo. Não deu para continuar e enfrentei o que pude sem a visão cor de rosa que eu emprestava ao mundo.

Também ultrapassei a fase de negar sem sequer ouvir a outra parte. Hoje ouço, pondero, considero e me ponho de joelhos, até, perante as novas pretensas verdades.

Mas não me movimento bem nessa posição. Passado algum tempo ponho-me de pé outra vez e o que me ergue são as minhas crenças restauradas. Novinhas e bem aventuradas ilusões!

Se há inocência nas minhas fantasias, creio que também há um pouco de ingenuidade no pretensioso realismo. Em alguma coisa os cépticos convictos devem se sustentar, pois cá para nós, eu não conseguiria ir do começo ao fim da vida totalmente descrente. Se alguém consegue essa proeza que vá sem mim. Eu preciso de minha dose de ilusão.

ANJO.


Quando lhe tirei as asas caí
Quando quis levantar tremi
Quando você voltou não cri
Quando olhei melhor me vi:

Em mil pedaços
De versos quebrados
Com rimas em excesso
E - ainda - sem todo nexo.

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Céu de Dezembro.


Em dezembro meu olhar se volta inteiro ao que foi ontem e ao que será amanhã, janeiro.
Dias quentes nos quais abraço a quem vejo e mesmo a quem não vejo sinto tão perto, tão dentro.
Escorre o sol em minha pele seivando palavras que expressem a vontade de um amor incandescente no qual insisto em crer. Vale a pena renovar o desejo a cada dezembro.
Domando a ansiedade, própria do mês corrente, como se o mundo disparasse para acabar ali na frente, sigo querendo acertar meus passos com a vida antes que outro ano se faça presente.
Adiarei, entretanto, suas exigências. Deixarei para amanhã as compras às quais me entregarei de qualquer jeito. Certamente esquecerei alguém e morrerei de aflição por alguns segundos no Natal.
Reprisarei alguns votos monotonamente. Evitarei o trânsito e a tristeza loucamente. Esquivar-me-ei de outras pessoas em shopping centers. Mas desejarei amar enormemente.
Com todos os transtornos e tropeços; com os calores e as saudades que se acentuam mês adentro, ainda assim, aqueço a esperança ao céu de dezembro.