quinta-feira, 20 de agosto de 2009

CRUA


Crua, a minha expressão,
Nasce da ponta da faca ou da mão
Que perfura ou afaga.
Minha fala grita e sussurra
E quando calo, ainda assim, falo
Silêncio nem sempre calmo
Pois que ainda a serenidade caço
Em monólogo ou diálogo.
Não ou sim digo com alma,
Pranto ou gargalhad.
Também o olhar molhado, em minha face,
Convive com o riso desenhado.
Avanço, recuo e caio
Entro e saio.
Não nego dor ou alegria
Não aprendi a dissimular
Tarde demais para praticar
Meu espírito é noite, tarde e dia
De dentro para fora
De fora para dentro
Expresso amor, abandono, euforia.

* Tela de Jóse Manuel Merello

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